Eu me tornei anticapitalista. Lançar um livro e realizar esse empreendimento de publicação de artigos no site está sendo um desafio. Por que me tornei anticapitalista, acima de tudo?
Esta história que será narrada aqui, apesar de não citar nomes nem de pessoas nem de instituições, fará conexões, ligações e acabarei sendo de uma forma ou de outra reconhecido por aqueles com quem trabalhei. Mas não, já que sei que é verídico. Que não esperem os senhores(as) que achei que fosse diferente ou que queria diferente, não. Essa é a intenção do site, da divulgação de algumas coisas que planejo por aí em tornar relatos práticos.
Quem ler, mesmo não me contrataria, não deverá mudar de ideia, porque sabe que estou expondo somente aquilo que todos já sabem, mas não falam. Espero intimamente do meu coração que todos consigam percorrer, o que considero mais um manifesto de minha parte, porque ela é tão importante para mim que fases ou relatos eu não estou pronto para tornar público, pelo menos neste pequeno espaço que 10 ou 11 pessoas devem tomar conhecimento. Mas esse número para mim é importante..
Bem, sou formado em administração de empresas em uma universidade que, à época, era frequentada pela elite. Fui cumprir os meus desejos, principalmente porque queria fazer história desde o início da minha carreira. Sempre o que comecei, não terminei e praticamente passei boa parte da vida querendo fazer uma coisa e fazendo outra, quando estava de alguma forma ligado à administração de empresas. Passe na pós-graduação da melhor escola de administração do país. Mas não finalizei.
Vejam, aqui vai um aviso: é você passar 10, 15 anos da sua vida fazendo o que acha que lhe trará satisfação e uma vida boa, mas não gosta, por isso vive fazendo o suficiente, o que já é ruim. É diferente de algumas pessoas que me criticam com palavras de rejeição ou me criticando por ter oportunidade de se "homem de sucesso" , e dizendo "aproveita", é fácil esperar que as coisas aconteçam do jeito que eu quero esperando o emprego dos sonhos e etc. "acho que está bom entendeu…. Já basta. “
Pois a minha resposta a essa crítica é a seguinte: hipócrita não consigo ser de minha infância, sempre fui honesto para com meus ideais. Não são vocês os que trabalham somente para dizer para o vizinho ou para o fulano que estão trabalhando neste ou naquele lugar, não pelo dinheiro, mas pela colocação ou pelo gabarito. Mas, na verdade, trabalham para sobreviver e para ter o respeito dos outros.
Sim, eu estive parado durante cinco anos por causa de uma doença que me incapacita e, se você sabe o suficiente, vai achar em qualquer lugar que depressão e TDAH não dá para fingir, muito menos lutar por aquilo que você queria ser. No momento, o que quero é terminar esse site, publicar regularmente aqui e no Facebook e trazer notícias e artigos relevantes. Vou conseguir? Não sei. Mas também não vou perder nada por isso, caso não, além de meu tempo e uns sonhos dilacerados. Vocês, sim, trabalhadores esforçados das 7:00 às 11 da noite, deveriam ter consciência do que me acusam, pois garanto que os problemas que enfrentaram durante toda a vida trabalhando enfrentei sem trabalhar durante esse tempo e não me gabo por isso.
Como já trabalhava com informática fazendo bicos em Clipper, surgiu uma oportunidade numa empresa que se você passasse nas provas oficiais da Microsoft, você estaria contratado, no meu caso, ganhando um salário quatro vezes maior do que qualquer estagiário de administração.
Obviamente, fui atrás das certificações, passei e comecei a trabalhar em um cliente dessa empresa que era uma grande organização do ramo de previdência privada. Isso no ano 2000.
Depois sai de lá e fui trabalhar numa grande empresa de varejo nacional e reconhecida. Fiquei lá e depois me chamaram para voltar para a primeira empresa, dessa vez como funcionário direto, e voltei.
Porém, fiquei somente um ano porque, na época, recebi um dinheiro e falei que ia sair, pedi demissão e ia fazer história e comecei a na PUC. O dinheiro não foi suficiente e minha família não pôde arcar com o restante do curso, então fui procurar trabalho na área de TI novamente. Foi quando entrei numa grande multinacional de serviços, gerenciando uma conta de uma empresa nos Estados Unidos e no formato home office. Sempre na mesma função. Saí dessa grande empresa e fui chamado para trabalhar em um banco, um dos três maiores privados no Brasil, Aceitei a proposta e fui para lá. Fiquei 11 anos até meados de 2020 .
Pelo fato de ter começado a trabalhar com dados que eu sempre gostei, e senti atração de certa maneira, aprendendo um dos produtos lançados na mesma época.
Trabalhei a maior parte da minha vida em instituições financeiras, exceto essa grande consultoria internacional e essa empresa de varejo de grande porte também.
Não me agradava o fato de trabalhar no coração, no sistema central do capitalismo que são os bancos, sendo que nessa época eu já comecei a ter ideias de esquerda ainda quando estava no primeiro emprego. Assédio de colegas que não aceitavam meu jeito de ser, brincalhão, feliz por estar em um lugar onde as pessoas gostavam de mim e eu delas… MAS no mundo corporativo parece que não pode ser assim. Você tem que ser sério, combater as ideias dos outros para vencer a concorrência e ser o melhor. Por debaixo dos panos solicitam colaboração, mas no final das contas o que acontece mesmo é a competição.Eu não. Somente gostava do que fazia. Certo dia, resolvi perguntar a um de meus colegas de trabalho o que ele achava que eu poderia melhorar, achando que ia receber uma resposta técnica, no máximo profissional. Recebi a resposta de que deveria ser “mais sério no trabalho”. Mesmo nunca deixando de cumprir minhas obrigações, deveria ser sério. Por quê?
Me pareceu a época de hipocrisia e traição dos meus próprios valores, das coisas que vi lá e nos outros lugares. Com raríssimas exceções, trabalhei podendo ser eu mesmo. E foi a melhor época da minha vida.
Para facilitar a exposição e argumentação, farei três distinções nesta exposição:
1 - Chamaremos pelas letras A1, B, A2, C, D, E as empresas em que trabalhei, sendo
A1 a primeira, do ramo previdenciário,
B, do varejo,
A2, quando retornei pela segunda vez no ramo previdenciário,
C, multinacional americana trabalhando por time virtual,
D, o banco,
E, o banco de investimentos multinacional.
2 - Adotarei ainda a palavra "episódio." indicando algum momento em que tomei consciência de algo que não sabia ou deu-se de fato uma ocorrência, e que teve algum impacto para mim.
3 - Chamarei ainda pela palavra "alienado" quando ocorreu um fato com alguém, e essa pessoa demonstrou-se alheia ou alienada à ocorrência., inclusive eu
Pois bem, ao iniciar a carreira com dados no cliente da empresa A, não tinha experiência alguma, somente as provas teóricas que havia feito. Portanto, mesmo sendo um bom salário, minha contratação foi no modelo "Junior" pela consultoria. A equipe era composta por 3 pessoas, e tive muita sorte de ter uma pessoa que me ensinou a prática. Sem nenhum interesse. Então descobri que no ambiente de trabalho também existem pessoas boas e que irão te ajudar.
Ao final de 2 anos, o episódio 1 ocorreu, que foi quando fiquei sabendo que a consultoria havia me alocado como “Senior” na posição. E essa consultoria recebia dez vezes mais por isso, pagando facilmente meu salário e ludibriando o seu próprio cliente, pois eu também não tinha experiência de profissional “Senior”.
Então fui convidado a trabalhar na empresa B, do ramo de varejo. Havia vários desenvolvedores e três especialistas em dados, um "junior" eu, "pleno" e outro funcionário de longa data “senior”. Um diretor geral que bebia e dormia na sua sala em forma de aquário bem no meio do andar.
Um belo dia, esse gerente de TI muito competente, foi ignorado na mudança de cargo para diretor de TI, quando outro gerente de mesmo nível que o dele, de desenvolvimento, em conluio com a diretoria geral, e isso foi feito às claras, ocorreu o episódio2. Foi demitido no mesmo dia, em aparente anuência do corpo da alta administração. Para minha surpresa ocorreram fatos nos bastidores e na semana seguinte o recontrataram. Ficando claro assim a "sujeira" a ser varrida para baixo do tapete.
Nesse momento acabei sendo chamado a voltar para empresa A1, desta vez como funcionário direto e não mais pela consultoria. Voltei e fiquei tempo suficiente para ver o quanto as pessoas estavam já a muito tempo sem nenhuma bússola moral a seguir. Havia muitos desenvolvedores, na sua maioria terceiros.
Em uma sexta-feira houve a posse de um novo diretor, e este logo cedo começou a executar o episódio 3, de expurgo de pessoas totalmente sem nenhum respeito ao ser-humano. Foi chamando em ordem das baias cada um para sua sala. Uns saiam demitidos, outros recebiam propostas para serem contratados com salários irrisórios que era obrigados a aceitar para nao ficarem desempregados. nao houve negociação.
Nós não estávamos correndo esse risco pela posição que ocupamos, mas alguns voltavam para seus lugares chorando, outros disfarçavam a tristeza, outros iam ao banheiro para não ter que dar a notícia aos colegas.
Existe um momento na vida de cada pessoa ,um filósofo retrata dessa forma: você encontrará o seu lugar no mundo não importa onde ele esteja. Quando você estiver lá você saberá que todas sua existência é devido a estar naquele lugar e é uma coisa que você faria infinitamente sem reclamar, ou eternamente, como diria Nietzsche.
Os leitores sabem que encontrei o lugar onde faria para sempre a mesma coisa, como o mito de Sísifo que rolava a pedra até chegar ao seu cume e depois ela rolava de novo ate a sua base e assim eternamente.
No entanto, a importância delas parece se referir somente à preocupação de ir à Disney todo final de ano ou algum outro país na Europa comemorar alguma coisa que nem devem saber o que é ,comer que nem sabe, e por aí fica. Por que não ir a Cuba, saber como é a medicina deles, a educação, uma vez que se você cai em frente a um hospital americano e não tiver coberto pelo plano de saúde, falecerá sem atendimento.
No meu entender, precisamos,digo à esquerda brasileira ou até centro, que seja nos unir para que quando cada um precisa do outro, esse esteja pronto para a tarefa sem pensar em questões financeiras ou outras que podem ser tratadas. No fim da verdade, é que a classe trabalhadora está encurralada pela polícia pelas empresárias, pelos fornecedores, pelos produtores, etc. Em qualquer indício de motim ou de alguma regra ativar contra a deles, será tratado como qualquer coisa menos trabalhador. É o ódio da classe média que Chaui diz expressar no seu discurso, sob meu ponto de vista, correto. Não produz nada, quer ser da classe alta, imitá-la mas no fundo não agrega nada de útil ao país.
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